Carta ao Maluco Beleza

Raulzito, eu gosto pra caramba de você, cara! Teu rock'n'roll me arrebatou de forma surpreendentemente envolvente.
Quando estou na pior, você costuma cantar esses versos:

♫ Faça, Fuce, Force. Vá, derrube esta porta.

Trace, fuce, force.
Vá, que essa chave é torta... ♫

E eu vou. Eu faço. Eu fuço. Eu forço. E eu sempre saio da fossa.

Nas derrotas você sempre está comigo, me apoiando, me pedindo para tentar outra vez. E eu, meio desacreditada, prestes a desistir, sou contagiada por a sua música que me diz:

♫ Você será capaz de sacudir o mundo.
Vai!
Tente outra vez! ♫

E eu tento outra vez. Insisto tentando até conseguir alcançar as minhas metas.

Gosto tanto quando você romantiza, Raul! Tanto, tanto! Como em Coisas do coração:

♫ Somos a resposta exata do que a gente perguntou,
entregues num abraço que sufoca o próprio amor.
Cada um de nós é o resultado da união
de duas mãos coladas numa mesma oração!

Coisas do coração!
Coisas do coração! ♫

Fico toda besta, pensando, sonhadora, "será que um dia serei a inspiração de alguém e esse alguém cantará coisas tão lindas quanto essas pra mim?".

Você me ensinou a nunca me acomodar. Não, não importa quantos sonhos eu já tenha realizado ou quantas metas eu já tenha alcançado, há sempre algo a vencer, a mudar, a atingir.

♫ Porque foi tão fácil conseguir,
e agora eu me pergunto "e daí?".
Eu tenho uma porção
de coisas grandes pra conquistar
e eu não posso ficar aí parado... ♫

Nos momentos em que a minha massa cinzenta ferve tentando entender a complexidade dessa vida, você me vem com Todo mundo explica. E eu, a plenos pulmões, canto junto contigo:

♫ Chega um ponto que eu sinto,
que eu pressinto
lá dentro, não do corpo, mas lá dentro-fora.
No coração, no sol, no meu peito, eu sinto.
Na estrela, na testa, eu farejo em todo o universo
que eu tô vivo,
que eu tô vivo,
que eu tô vivo, vivo, vivo como uma rocha.
E eu não pergunto
porque já sei que a vida não é uma resposta.
E se eu aconteço aqui, se deve ao fato de eu
simplesmente ser... ♫

Espero que não fique desapontado comigo quando eu volto a endoidar tentando compreender a vida, o mundo, as pessoas e eu mesma.

Sabe aquela Você ainda pode sonhar, Raul? Mesmo nunca tendo perdido a capacidade de sonhar, fico tão reconfortada quando a escuto. Potencializa o meu credo em sonhos, entende?

♫ Pense num dia com gosto de infância
sem muita importância.
Procure lembrar, você por certo
vai sentir saudades.
Fechando os olhos, verá
doces meninas dançando ao luar.
Outras canções de amor,
mil violinos e um cheiro de flores no ar

Você ainda pode sonhar
Você ainda pode sonhar
Você ainda pode sonhar... ♫

Metamorfose ambulante é a minha canção quando penso em largar velhos conceitos e preconceitos. Querer evoluir não é pecado. E obviamente, só se evolui quando se muda. E para abandonar um velho eu, é preciso ter coragem, desprendimento. Por isso, eu prefiro ser essa metamorfose ambulante.

♫ É chato chegar a um
objetivo num instante.
Eu quero viver nessa
metamorfose ambulante... ♫

Ah, meu caro Raul, eu poderia continuar escrevendo por horas, por dias até. Mas não, melhor terminar essa missiva por aqui.
Quero só dizer novamente "Obrigada, Raul!".
Obrigada por seu rock'n'roll louco-lúcido!
Obrigada, obrigada e obrigada, Maluco Beleza!
Teu rock me acompanhará onde eu for. Pode crer!

*

Espero que tenham gostado da carta-homenagem.
Um abraço da @ericona, a desvairada.