Desacelera;

"Mesmo quando tudo pede
um pouco mais de calma,

até quando o corpo pede

um pouco mais de alma,

a vida não para..."

♪ Lenine - Paciência

Não sou dessas pessoas em que por outra ter oferecido a mão, aceita logo o braço. Vou me entregando assim, pouco a pouco, desconfiada e contentando-me por partes. Sem euforias e pronta a qualquer alarde. Dizem que a felicidade tem sono breve e, talvez, seja isso. Conheço essa sensação de “meu mundo caiu”, porque parece que quando está “tudo muito bom para ser verdade”, algo acontece. Tanto é minha preocupação que, às vezes, nem curto aquele momento de regozijo. Delimito-me e quando vejo o próprio destino cumpre seu dever, arrancando-me de minhas mãos essa tal ventura. Apego-me e sofro, sim – inevitável e lastimável. Depois, ah, me reergo e me faço de forte, porque no fundo sei que todos fazem isso. Arranjo meu melhor sorriso e vou viver o que há para viver. Mas, de verdade, tenho desejado estar 220 km/h... Preciso desacelerar o passo, a pressa, o tique taque do relógio, dar vazão aos pensamentos e, enfim, caminhar rumo às mudanças que gostaria de ser e ver para aproveitar o que a vida pode me oferecer.