“Vamos encarar a realidade: talvez, eu nunca me case.” Foi essa a minha afirmativa dias atrás postada no twitter e retweetada por outra amiga blogueira. Alguns podem até falar que logo surge alguém para mudar essa minha opinião ou que sou nova demais para ficar sofrendo com isso. Mas por que isso seria motivo de sofrimento e lamentação? No meu caso, digo: tenho lá meu lado romântico e menininha e, confesso, já passei algumas horas pensando em como seria meu vestido, se seria uma cerimônia de dia ou à noite e toda essa embromação mulherzinha. Às vezes, até fico meio triste por constatar que nem namorado eu não tenho. E, sim, seria motivo suficiente para eu me lamentar um bocado por tempo indeterminado da vida. Porém, convenhamos – acho que nos tornamos reféns do que a sociedade dita como certo ou errado e o casamento há pouquíssimos anos deixou de ser obrigatório para a plena realização pessoal. Se eu tenho medo de morrer sozinha? Ah, tenho sim. E já adianto nada que livros, música, dança, filmes, viagens, chocolate, bebidas, festas ou a calmaria de um casa repleta de amigos e bichos de estimação possam suprir. Aquelas paixões avassaladoras de tempos em tempos surgem e compreendendo que a vida é cheia de oportunidades, devemos aproveitá-las correndo o risco de que não leve a lugar nenhum, deixando apenas boas lembranças. Não digo que “não quero casar, cruzes”, não. Pelo contrário, estou aqui cogitando: e se ninguém suportar minhas manias, meus defeitos, meus momentos de extrema efusão ou de carência; e não queira fazer amor-e-sexo nem ter filhos comigo... Porque querer, eu até quero, mas não depende somente de mim. Sou adepta também do famoso “juntado”, onde o sacramento matrimônio é ignorado somente de figuração, porque eles vivem de fato um casamento. Porque sou exemplo de filha com pais que moram assim há 20 anos. E se for para ser assim, até eu aceito. Que mal há? Pode parecer atitude precipitada, mas também já planejo produção independente caso nem isso ocorra. Adoção para ser mais precisa. Assunto que trato numa outra ocasião. Mesmo existindo a facilidade do divórcio ainda defendo o casamento e a instituição família, sabendo de todas as mudanças que implicam e que nem tudo são flores. Mas são duas pessoas entregues, lutando e apoiando um ao outro e em busca de maturidade juntos.
3 comentários:
Olá Bárbara. Eu acompanho este blogue há não muito tempo e esta é a minha primeira oportunidade de ler um texto seu.
Realmente, as cobranças da sociedade não param e nunca irão parar. Infelizes aqueles que tentam cumpri-las a risca. Entretanto, não penso que por estar solteira no momento seja razão para desesperar-se. E nem vou ficar com este blá-blá-blá de que encontrará a pessoa ideal para você, pois nem acredito em pessoa ideal e tampouco no amor.
Mas creio em uma boa convivência tal como descreveu e, admito, admirei muito a sua sinceridade. Muitas pessoas que não se realizaram no tema de seu post, querem fazer os outros pensar e o pior, querem tentar pensar elas mesmas que livros, música, filmes, viagens e demais itens que você citou possam substituir alguém quando atingirmos o fim da vida (e para isto ainda falta muito para que pensemos tanto assim).
Concordo que não é necessário convenções como o casamento em igreja, toda aquela pompa, parece-me mais como um exibicionismo que em verdade, não me agrada. Visto que há tantas pessoas que moram há anos juntas e se dão muito bem, enquanto todos os que casaram "conforme a sociedade ordenou", o casamento não dura mais que um ano.
E retornando aos seus itens, até onde me atinge o raciocínio, nenhum deles poderá lhe ajudar se você adoecer.
Eita, primeiro agradeço pelo comentário, Christian e então lhe digo, sei que nada disso me ajudará no momento em que eu adoecer, tanto é que cito também amigos. Porque sei que ninguém é feliz sozinho. Às vezes, precisamos mesmo abaixar a guarda e dar fim ao nosso egocentrismo e autossuficência em demasia.
Tô aqui pensando se fui eu que dei RT na tua frase. Se não foi, acho que é porque não vi tua frase. Não me preocupo com essa de casamento, aliás, nem sei se desejo isso. Não me imagino casada, nem mesmo assumindo um namoro. Sou meio arisca, não gosto de me prender a pessoas emocionalmente. Me escapo disso o mais que posso. Sempre temo me deixar levar por uma amizade, não dar certo e perder o amigo. Como diria José Mendes, "sou noivo da liberdade, solteiro não morro não". Belo texto, Babs!
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