Andava com mania de suicídio e com crises de depressão aguda; não suportava ajuntamentos perto de mim e, acima de tudo, não tolerava entrar em fila comprida pra esperar seja lá o que fosse. E é nisso que toda a sociedade está se transformando: em longas filas à espera de alguma coisa. Tentei me matar com gás e não consegui. Mas tinha outro problema. Levantar da cama. Sempre tive ódio disso. Vivia afirmando: "as duas maiores invenções da humanidade foram a cama e a bomba atômica; não saindo da primeira, a gente se salva, e, soltando a segunda, se acaba com tudo". Acharam que estava louco. Brincadeira de criança, é só disso que essa gente entende: brincadeira de criança - passam da placenta pro túmulo sem nem se abalar com este horror que é a vida. Sim, eu odiava ter que me levantar da cama de manhã. Significava que a vida ia recomeçar e depois que se passa a noite inteira dormindo cria-se uma espécie de intimidade especial que fica muito mais dificíl de abrir mão. Sempre fui solitário. Você vai me desculpar, creio que não regulo bem da cabeça, mas a verdade é que, se não fosse por uma que outra trepadinha legal, não me faria a mínima diferença se todas as pessoas do mundo morressem. É, eu sei que isso não é uma atitude simpática. Mas ficaria todo refestelado aqui dentro do meu caracol. Afinal de contas, foram essas pessoas que me tornaram infeliz.
Charles Bukowski
Estrela cadente
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Estrela Cadente que vive em minha mente,
Quando meus olhos pousam em ti, minha alma desanda a sorrir.
Que brilho encantador que tu tens!
Amo-te, Estrela...
Há um ano
4 comentários:
Uma dose de Bukowski
sempre cai bem.
Bukowski conta o que se passa em meu íntimo.
Há tempos que me enrolo pra averiguar mais de Bukowski e sempre que vejo "Hair" essa vontade me toma. Como é bom ler esses textos crus e sinceros, me lembra John Fante.
Bela escolha, Day!
Esse cara é GENIAL.
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