Preferências


Dançava no ritmo, cada músculo do meu corpo exigia mais da melodia. Estava absorta entre as baterias e guitarras, quando alguém me cutucou. Forçada a voltar do meu transe, abri os olhos e virei pra encarar o então desconhecido.

Sua expressão passou de curiosa pra surpresa, assim que meus olhos encontraram os dele.

- Você? – indagou com a voz recheada de incredulidade.

- Não! É meu espírito... – respondi ironicamente – Claro que sou eu! – declarei.

- Desculpe, é que achei que... Bem, deixa pra lá!

- Pensou que eu estivesse em depressão por você não tomar alguma atitude, correto? – averigüei.

- Não é isso... É que, bom... – engoliu as palavras novamente.

- Preste atenção! Não vou parar minha vida só porque você não quer tomar qualquer atitude... Sim, eu te amo, contudo eu me amo mais ainda. Portanto, não vou parar minha vida até você se decidir... – expliquei.

- O que aconteceu com você? – questionou.

- Eu amadureci! – informei – Agora se me der licença, gostaria de voltar a dançar... – pedi.

- Claro! – respondeu amuado.

Então, estampei outro sorriso em meu rosto e voltei à atenção a música.

2 comentários:

Ana Seerig disse...

Isso aí! Nada de parar a vida por um tosco qualquer! Sinto pena e vergonha por gurias que ainda fazem isso!

Érica Ferro disse...

Adorei!
Não se pode parar a vida por causa de pessoas que não se decidem sobre o que realmente querem. É preciso seguir em frente, por mais que seja difícil, por mais dolorido que seja deixar certas pessoas e coisas pra trás.

Belo conto, coisa bonita.
;)