Foi na quarta série, que a professora pediu uma redação, não me lembro o tema, mas a exigência era que tivesse uma frase com parêntese, pois estávamos aprendendo o uso de tal sinal. Não foi difícil incluir o parêntese no texto pois, já estava habituada com ele. Sempre li muito, comecei pelos gibis, depois quaisquer revistas que os adultos descuidadosamente largavam pelo sofá, depois livros infanto- juvenis, e assim por diante.
Me imaginava nas histórias- quando legais-, me imaginava sempre o personagem principal, não importava que fosse menino ou menina, tinha de ser o principal.
A professora elogiou a minha criatividade, disse que eu escrevia muito bem! Perguntou se eu lia bastante- uhum, fessora- e me incentivou a continuar escrevendo.
Até então, muito criança, não sabia que podia eu mesma inventar histórias, assim como nos livros que lia, não sabia da onde vinham os livros, não imaginava que vinha de gente assim, como eu. Só precisava de um empurrãozinho para começar e inventar minha próprias histórias. Escrevi contos, escrevi de amor, falei de mim, fiz muitas agendas, fiz cadernos de frases, houve tempos que me meti à fazer música. Só não escrevi poesia, embora um texto por si só, elaborado estéticamente, seja repleto de poesia.
Porque aos 9 anos, na quarta série, a menina descobriu que poderia ser o que ela quisesse, tocou a caneta em um pedaço de papel e a ideia fluiu, sentiu prazer, se descobriu- era uma escritora.
E não importa mais o que dizem, se me corrigem, eu erro também, quem disse que para escrever precisa conhecer toda a gramática e palavras do mundo inteiro? Precisa ter prazer, e sentir.
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Publicado originalmente no Penso, logo... blogo, no dia 10/03/2011.
3 comentários:
escrever é isso.. é se deixar imaginar "dona" das próprias estorias e querer cada dia criar e reinventar o novo. Muito bom o texto!!! bjooooooo
E por ser inspira outros a seguirem o mesmo caminho!!! Que delicado, lindo... Realmente a poesia está no seu texto!!!
A sensação de escrever é única. Eu adoro escrever e escrevo desde pequena. Já escrevi em cadernos, redações e já tive diários. É inexplicável como uma caneta e um papel podem fazer mágica; e é assim que vem os livros. Amei seu texto e seu blog. Já estou seguindo *.* Beijos!
vintageiz.blogspot.com
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