Sobre o poder da sedução

É fato conhecido de que nenhuma das gurias que formam o bando que atualiza esse blog é certa da cabeça. Ou pelo menos aos poucos temos descobrido isso. Pois na noite de segunda passada reuniram-se no msn eu, (Erica) Ferro, Allyne e Becks (Rebeca) - as duas últimas estavam preocupadas com a minha saúde mental por estar à noite no msn. Conversa vai, conversa vem, começaram a me esculhambar: num instante estavam convencidas de que eu estou cheia de admiradores por aí e que saio despedaçando corações (não é necessário esclarecer quem tem essa ideia como certa), no segundo seguinte, descobriram que eu era homem - e extremamente machista (Por quê? Porque disse que é impossível que mulher entenda de futebol. Mulher pode entender as regras, pode saber os nomes dos jogadores, pode saber o histórico de seu clube e até de outros, mas não sabe nada e nem nunca saberá de esquema tático. Saber esquema tático é entender de futebol.). Mas vamos a questão. Dona Erica Ferro disse em um tweet que eu deveria fazer um post no GA "sobre o poder da sedução" e como eu gosto de esculhambar, ei-lo aqui, como resultado da conversa seríssima entre meu lado "mulher irresistível" (ah, tá!) e meu lado homem (que é bem mais crível, aliás).

Primeiro de tudo: o negócio não é poder de sedução, o negócio é agir como um ser humano normal. Homens são seres humanos, afinal. Como bem disse Jun-chan em um episódio de "Nana" - animê que a Pandora me mandou -, provando ser a guria com mais cérebro de toda a história: tu não precisa se apaixonar por cada homem que encontra. Não precisa ficar pensando mil vezes em qual impressão quer dar, se de guria meiga ou se de guria difícil. Mas caso seja difícil lembrar o que é agir como um ser humano normal (que não é ficar comentando sobre como o shampoo ou o esmalte que tu está usando são magníficos ou abomináveis), cá falarei sobre, mas antes...

Sobre os homens nos quais isso pode ser aplicado: Obviamente que aqui me baseio nos meus amigos. Meus amigos são todos uns queridos, dos reais aos virtuais. Ou pelo menos boa parte deles. Aqui me baseio naqueles amigos cuja vida romântica me preocupa mais que a das amigas. (Qualé, mulher só fica com idiota porque quer, homem desgraçadamente se apaixona por mulheres idiotas - é a única explicação que encontro pra certas situações.) Ou seja, pra ser mais clara, amigos que têm opiniões, não agem como idiotas, não são egocêntricos e são criaturas adoráveis (não confunda com ter uma tendência ao metrossexualismo - não tenho preconceito, mas realmente não falo aqui de caras mais frescos que eu). Ou seja, de novo, tu tem que saber escolher um cara decente antes de ficar aí louca de amores. Pra isso é só usar um pouco de cérebro, mas como eu não posso ensinar ninguém a fazer isso, seguimos adiante.

Voltemos a parte de agir como um ser humano normal. Quando tu conhece um cara, tu não vai ficar visualizando ele como rolo, namoro ou - nos surtos mais intensos - marido em potencial. Ele é, tal como tu, ou não - segundo Darwin, uma criatura de Deus. Seja tu mesma. Não há dificuldade alguma de se falar com um homem. PELOAMORDEDEUS. Não se faça de babaca e concorde com o que tu, em sã consciência, não concordaria. Não finja gostar do que não gosta. De modo resumido, não o trate como um grande amor em potencial, mas como, se ele precisa ser algo em potencial, um amigo. Até porquê, homens não estão aí apenas pra realizar os sonhos românticos ou eróticos (tudo depende da vivente que tu é, claro) de mocinhas que sonham com todos os seus sonhos realizados. Aliás, homens são melhores amigos do que as mulheres, e isso é fato universalmente conhecido (exceto pelas tosquinhas que não conseguem ver um cara sem sair admitindo por aí que tem, no mínimo, "uma queda" por ele ou, no máximo - novamente depende do nível de surto, dizer que ele é sua alma gêmea - não comentarei esse lance de alma gêmea, é demais pra mim).

Como eu disse antes, não é difícil manter uma conversa com um cara. Ele diz algo, tu pensa (é importante lembrar-se de executar o ato de pensar) e responde. E vai-se indo assim, um troca-troca de informações. Nessa fase, aliás, tu descobre se o cara vale a pena ou não (obviamente que, se tu não executar o ato de pensar, vai ser difícil perceber que ele não vale a pena). É importante ressaltar aqui: tu não precisa concordar com tudo. Se tu não gosta de Star Wars, diga. Se tu não tem o mínimo interesse por Duro de Matar, diga. Se tu não gosta de futebol, diga (e, peloamordeDeus, não fica querendo saber mais de futebol se tu realmente não gosta disso). 


Mas aí passamos adiante. Tu encontrou um cara que presta. Tu conseguiu não agir como babaca. Primeiro de tudo: mantenha o hábito de pensar (o que não quer dizer comparar tua situação com aquela personagem da novela, tanto nas boas situações quanto nas crises). Vamos supor que, mesmo tu já tendo dito anteriormente que não se interessa por filme de ação, ele quer que tu o acompanhe quando ele quer ver pela milionésima vez "Duro de matar". Primeiro, se tu nunca viu o filme, não tem do quê reclamar. Se tu reclamar, é uma baita sacanagem tua. Lembre que, se ele é mesmo um cara que vale a pena, ele assistiria contigo "A casa do lago" mesmo que isso o fizesse morder a própria língua mil vezes pra resistir a não reclamar da ilógica de tudo. Se tu sabe que ele não assistiria "A casa do lago" contigo (supomos que tu quer porque quer assistir, mesmo já tendo visto uma centena de vezes, tu precisa ver o Keanu Reeves), das duas uma: ou vocês concordam que não devem assistir filmes juntos, ou tu chuta ele. Mas voltemos ao fato de assistir "Duro de matar". Tu nunca assistiu e não tem a mínima vontade, ou já assistiu e achou uma chatice (há louco pra tudo nesse mundo,  afinal), seja qual for a situação, assista o filme. Se a história não interessa, apenas olhe pro rostinho bonito e charmoso do Bruce Willis (que hoje tá de aniversário, aliás - vou resistir a tietar aqui) e lembre como ele deve estar sofrendo ao passar de pé no chão pelos cacos de vidro (vocês estão assistindo ao primeiro filme da série). E, por favor, não fique pulando ou dando gritinhos a cada vez que um revólver é disparado, um vidro é partido ou uns andares são explodidos (linda cena!).


Mas um destaque especial. Não implica por o cara querer ver futebol. Duas horas semanais! Vá tu gastar teu domingo no shopping lotado fazendo compras sozinha e deixe o pobre do cara na frente da tv. O mesmo serve pra se ele quiser ir ver Star Wars em 3D no cinema ou sabe-se lá o quê. Ah, sim, e também, se tu não sabe bulhufas de futebol e não está interessada, não vá assistir o jogo com ele e pedir explicação pra cada lance da partida - se tu fizer isso e ele não gritar, minha filha, casa de imediato, o homem é um santo. Resumidamente, não seja um ser possessivo e controlador. Deixa o cara ser como é e pronto. Até porquê, se tu esculhambar demais, os amigos dele não vão ir com a tua cara e, se ele tiver o mínimo de cérebro, ele vai atrás dos amigos e te chuta. Se ele for um boc'aberta com um amor por ti maior do que os amigos podem compreender, saiba que o dia que tu enjoar da cara dele, tu vai o estar penalizando com a tormenta eterna dos amigos quando o assunto for mulher, especialmente a tua pessoa.


Agora, minha cara, se não deu certo, se tu descobriu que ele era um idiota, se ele não te aturou ou sabe-se lá o que mais pode ter acontecido, veja os prós e contras e siga adiante. Não fique remoendo o que foi feito e muito menos resmungando pro resto da vida. Ninguém te obrigou a ficar com o cara ou a agir como uma besta. Além do que, se tu ficou com ele é porque tinha algo de bom. Só que o seguinte, não saia com discurso de que homens são isso e aquilo e depois agarre o primeiro que aparecer. Aliás, em hipótese alguma agarre o primeiro que aparecer. Mas isso é sabido por aquelas que mantêm o hábito de pensar.


Ah, lembrei agora de uma frase do Dalai Lama:
"Case com alguém que você goste de conversar. Ao envelhecerem suas aptidões de conversação serão tão importantes quanto qualquer outra."

Ou seja, não se apaixone pelo primeiro idiota que aparecer, mas por alguém que te dê algum motivo pra isso, alguém que tenha alguma característica, a mínima que seja, que mereça ser admirada. Não olhe pra aparência, olhe através dela. Isso tudo são todas coisas meigas e óbvias, já muito conhecidas, se tu tá te ferrando, é porque quer se fazer de cega. 

Agora licença, preciso seguir minha vida de mulher influenciada por homens e manter minha filosofia de que o melhor mesmo é evitar relacionamentos. 

11 comentários:

Rebeca Postigo disse...

Chefinha arrebentando...
Adorei!!!
Fato, fato e fato tudo o que disses...
Troféu joínha pra você, Ana!!!
Somos duas...
Estou realmente correndo de relacionamentos...

Bjs!!!

Allyne Araújo disse...

Mata o povo de rir! Rapaz, não tem como levar a sério um assunto desses contigo por perto! Tu é uma peste! srsrsrsrsrsss Mas o final foi tudo de bom!!!! adorei! bjooooooo

Pandora disse...

Eu ri kkkkkk Ana vc é uma figura, ninguém aguenta!!! Eu não entendo nada de relacionamento estou solteira há nada menos que 5 anos, mas eu me diverti com suas observações.

Érica Ferro disse...

E não é que ela fez mesmo o post? Mas ó, eu queria mais avacalhação. Sim, eu queria MAIS! HAHAHAHA

Enfim, resumidamente, o poder da sedução consiste em usar o cérebro? Ih, tem alguma coisa errada aí. Uso (até demais) o cérebro, mas até agora não arrumei nenhum gatinho* (E aí, Piu-piu*! hahahaha).
Mas ok, ok, sem lamuriações por causa disso. Consigo conviver bem com o meu encalhamento. ;D

E ó, desconfio que esse negócio de evitar relacionamentos é mesmo o melhor negócio.

Tita disse...

Muito perfeito! Já disse que considero inteligência algo afrodisíaco. Há pouco tempo conheci um carinha que não me atraía em nada. Mas conforme fui conversando (e não só conversando kkkk) mais ele me atraiu.
Depois de 3 casamentos, alguns namoros e outras coisinhas menos duradouras concordo que devemos ser nós mesmas e que manter uma conversa é fundamental. Mas minha libido não me permite achar que isso é tudo. Ela me diz que papo eu posso bater com amigas e se não existir um sexo pelo menos "bom" não compensa abrir mão do meu espaço. Na verdade não compensa nem o gasto numa calcinha da Marisa... huahuahuahua
Ah, e concordo plenamente que mulher que fica brigando por que o cara quer ver futebol é uma chata que não tem vida própria então gruda como uma sanguessuga.
Nota 10 para o post, guria!!!

Mia Sodré disse...

Sim, o melhor mesmo é evitar relacionamentos e eu não poderia concordar mais com esse texto. Sério. Eu gostaria que minhas amigas pensassem assim e parassem de dizer que eu sou louca apenas por ser seletiva e não ser melosa.
Eu achei o cara ideal. Não me meto na vida dele e ele não se mete na minha. Quando estamos juntos, aproveitamos. Eu não gosto de algumas coisas que ele gosta (futebol com os amigos, RPG, banda de metal...) e ele não gosta de coisas que eu gosto (músicas calmas e outras coisas mais das quais não falamos porque chegamos à conclusão de que discutir a respeito de gostos não leva a nada), mas nos respeitamos. Ponto.
Amei o texto, amei seu ponto de vista e realmente não tenho mais nada a acrescentar.
Bjo!

http://miasodre.blogspot.com.br/

Aleska Lemos disse...

Morri de rir. voc~e citou todos os erros que já cometi (menos o de implicar com o futebol, sempre achei ridiculo). Mas pq vc evita relacionamentos?

Dayane Pereira disse...

Primeiro ponto: Eu não entendo pessoas que evitam relacionamentos, mas OKAY, eu respeito.
Segundo ponto: Pelas tuas dicas e supondo que vc aja conforme elas (hehe), vc deve ser a namorada perfeitaaa!!!
hahaah gostei demais de tudo e concordo com quaaase tudo!!!
*.*

Unknown disse...

Ana foge dos estereótipos comuns que tentam enquadras as mulheres. E isso, a meu ver, não tem nada de anormal. É sedutor. Ana, você não é uma guria clichê. Ao exemplificar o que uma mulher deve fazer para manter ou achar um relacionamento durável, você deu um baile de maturidade e feminilidade a toda prova. Você mostrou o que é uma verdadeira mulher, a despeito das dúvidas e insinuações que correm por aí. Não quero generalizar, mas os homens não gostam de mulher grudenta. Não é porque vc escolheu uma pessoa pra viver junto, que tem a obrigação de abdicar de todos os seus desejos só para satisfazer os caprichos de outro. Sou cheios de imperfeições. Por isso mesmo sou capaz de tolerar algumas na pessoa amada, mas não admito que ninguém tente me moldar aos interesses dela. Um relacionamento está sujeito a inconveniente quem nem sempre alguém, das duas partes, está dispostos a bancar. Quando isso acontece, corra, não há emenda possível para essa situação. A Terra tem 6 bilhões de habitantes alguém em algum lugar saberá respeitar e tolerar suas particularidades. Parabéns pelo texto Ana......

Evelyne disse...

Só uma coisa: desenvolve a ideia e faz um auto-ajuda para idiotas.

Unknown disse...

Eu preciso disseminar essa palavra pro mundo!