Resenha: Limite Branco, de Caio F. Abreu


Editora: Agir
Autor: Caio Fernando Abreu
Páginas: 180
Avaliação: ★★★





E há algum livro em que Caio não se transpõe? Impossível, afinal, foi sua marca maior escrever em prosa poética e uma narrativa autobiográfica, intimista, densa sublimando na subjetividade do eu e do cotidiano. E, por isso, Limite Branco seja tão seu.
“Criar. Um dia, quem sabe, depois de muito amor e desamor, querer e não querer, depois de quedas e voltas, avanços e saltos, talvez depois disso tudo reste alguma coisa. E isso, essa sobra, talvez possa ser transformada em outra a que darei o nome de criação, quem sabe.” Página 119
Sua primeira obra publicada com apenas 19 anos de idade, um Caio “quase ainda adolescente, um pós-adolescente”. Onde o personagem principal, Maurício, tem tanto de suas características numa Porto Alegre interiorana.

Escrito em primeira pessoa, a história transcorre entre o passado e o presente dos conflitos familiares, das descobertas sexuais e do medo de se tornar adulto. Os capítulos se alternam dando voz ao personagem, ora conto, ora diário.
“Odeio pessoas ignorantes. Me sinto mau por não gostar de todo mundo, mas é o que sinto. Os ignorantes, os vaidosos, os usuários, os pedantes. Desteto tudo que é afetado, detesto quem não se busca. Quem se acostuma a viver, da mesma maneira como se acostuma a dormir ou comer. Viver fica uma coisa automática, pouco importa se boa ou má, vazia ou não. Basta viver, como uma obrigação da qual não se pode fugir.” Página 135

1 comentários:

Anônimo disse...

Olá... Estou seguindo o seu blog e gostaria de esta fazendo parceria com você. aceita ?
beijos