"Dizem que a mulher é o sexo frágil..."

Dizem. Dizem isso, dizem aquilo. Dizem. Dizem tudo. E ai chega o Dia da Mulher e todos se emocionam. U-au.

Pessoalmente, eu sou contra o Dia da Mulher e contra qualquer outro. Ou melhor, eu simplesmente não me apego a essas comemorações. Disse alguém bem inteligente que, quando há necessidade de um dia específico, há preconceito. Estou de acordo.

Quando a Babs sugeriu de fazermos uma semana especial do Dia da Mulher, a primeira coisa que me veio na cabeça foi justamente falar de como estou pouco ligando pra esse dia. Realmente não acho que nos dias de hoje haja preconceitos, exceto para os seres toscos, mas um dia específico para a mulher é um preconceito. Se os homens de fato ligassem pra isso, poderia-se dizer que é um preconceito com eles, que não tem um dia próprio, aliás, dizem alguns que tem, mas não há a mesma repercussão.

Aí alguém vai falar que é um dia pra lembrar das mulheres queimadas na fábrica e tal e tal. Desculpa esfarrapada. Se quer lembrar delas, lembre todos os dias; se quer vingar elas, faça algo útil todo dia, busque seu respeito e seu valor, não fique simplesmente esperando o dia 8 de março pra ganhar uma flor. Nem vou entrar em detalhes de feminismo porque é chutar cachorro morto, já que já falei disso aqui e tudo que rendeu foi discussões que ficavam dando voltas.

Não tenho nada contra quem valorize o Dia da Mulher e o comemore, apenas me dou o direito de não ligar a mínima pra ele. As grandes mulheres que marcaram a História, até onde meu pouco conhecimento me permite dizer, não queriam ser grandes, apenas lutavam pelo que acreditavam e pelo que as fazia felizes. Ou seja, antes de querer ser reconhecida e valorizada como mulher (e eu realmente não sei porquê disso), se ocupe em ir atrás do que acredita ser certo, do que espera que lhe faça feliz e, especialmente, do que lhe deixe em paz consigo mesma. 

E me é impossível não citar Anita Garibaldi. Um dos meus desejos é ler uma biografia dela, mas o pouco que li em Memórias de Garibaldi já me disse muito. Ela sempre quis estar com Giuseppe e não tinha medo da batalha. Em uma passagem, ele cita que em determinado momento, numa emboscada, ele a procurou com os olhos e a viu de pé, pouco ligando para os tiros que a cercavam enquanto alguns covardes fugiam. Queria ela provar que era tão boa quanto os homens? Não, ela queria simplesmente ficar ao lado do marido e lutar com ele pelas coisas que ambos acreditavam. Nunca desejou ser a heroína que virou, ela simplesmente viveu do modo que lhe fez feliz. 

E cá tenho que me redimir. A última semana trouxe uma baita notícia para nós: a cara Erica Ferro, depois de muito esforço e estudo (como admiro pessoas que conseguem parar e estudar por horas), passou em Biblioteconomia na Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Como não a parabenizei no momento devido e esperado, cá o estou fazendo publicamente. Ferro, bem sei eu o quanto tu te esforçou, especialmente nesses dois últimos anos, estudou e se preocupou mais do que eu acharia recomendável, mas eis o resultado esperado, afinal! Que essa nova fase te traga acima de tudo tranquilidade (leia-se menos neuroses) e que seja uma baita experiência pra ti. Só que, peloamordeDeus, não tente juntar teus dois amores (piscina e livros) que NÃO VAI DAR CERTO, entendeu? Não importa a ideia genial que tu tenha, não ponha livros em risco. Eu e eles agradecemos. 

5 comentários:

Cris Medeiros disse...

Sim, só os discriminados, os que tiveram menos chances é que tem um dia especial no calendário. Mas acho que de todos os grupos a mulher foi a que mais obteve conquistas nas últimas décadas e muito mais vem pela frente, porque ainda não tá bom. Ainda tem muito que se conquistar em direitos.

Beijocas

Daniela Bevilaqua disse...

Ana, o 8 de março não é um dia de comemorações, muito embora a lógica capitalista venha se apropriando dele como uma data comercial. O Dia Internacional da Mulher é um dia de luta e uma data símbolo da participação ativa das mulheres nas transformações sociais. E mesmo que pese tudo que já conquistamos na bandeira pela igualdade de gênero, nossas realidades mostram que a mulher ainda é fragilizada, discriminada, abusada e, muitas vezes - infelizmente, morta. Não devemos lembrar o 8 de Março com flores e descontos em cosméticos, mas com perspectiva de luta feminista.

Érica Ferro disse...

Já disse e repito: você é ser humano prático, com ideias bem definidas e expõe isso de uma maneira muito bacana. Posso não concordar com tudo, mas concordo com algumas partes.

Ah, cara, nem precisava ter feito esse p.s.! Não se fosse só pra se redimir e tal... hahaha. Mas eu adorei, obrigada! Ri muito com a parte de não misturar piscina e livros. Acho que não seria uma boa ideia mesmo. A não ser que seja uma ideia muito estupenda, que realmente deixe os livros de maneira protegida enquanto dou umas braçadinhas. Pensarei nisso com carinho. hahahahaha

Um abraço, porque sei que você adoooora abraços ♥!

Allyne Araújo disse...

Dia 8 de março da muito pano pra manga... rs. Bjoo

Pandora disse...

Roubo tuas palavras no post da Erica, eu não concordo com cada linha, no jogo das afinidades nas opiniões acho que eu to mais com a Barbara e com a Erica. Mas não da para dizer que você está errada. Essa coisa de dia para isso e dia para aquilo tem muito de hipocrisia.