Terça-Feira Blues*


Em outras circunstâncias, literalmente, Nirvana quer dizer: “Aquele que alcançou o estado de espírito máximo, pleno, rumo ao sagrado, mas no Budismo este marca o penúltimo passo para o Bodhi”. O que em partes pode ser aplicado e em outras não a esta banda de mesmo nome formada por Kurt Cobain e Kris Novoselic, nos arredores de Seattle no final da década de 1980. E você pode dizer tudo, só não pode dizer que eles não foram importantes para a História da música na geração 1990.

Num cenário em que o mundo se via entre duas guerras (o fim da Guerra Fria/Queda do muro de Berlim – Guerra do Golfo) com a triste idéia de que o mundo poderia a qualquer momento explodir, e do qual o “universo” musical vinha de uma ressaca da década de 1980, mergulhada em repetições, aonde nada de novo a não ser a moda maluca existia. Lá surgem eles, os movimentos Punks, Underground, Grunge e por último os New Wave. Mas estamos falando da dec. de 1990, então o que vem na cabeça quando se fala, sobretudo, em Grunge? Pearl Jam e Nirvana, certo?

Os jovens precisavam de uma voz, uma representação que realmente falasse o que desce na cabeça, sem medo de ser repreendidos, que entendesse aquele momento de desesperança. As bandas deste momento buscavam quebrar com o patamar musical ao qual o mundo se encontrava, bem como reconhecimento por sua música e estilo, rompendo a caixinha perfeita em que se metera a “vida pacata” até então.

Não, eu não me lembro disso (nem eu nem você que tiver apenas 21 anos de idade. Nós estamos lá (?!), mas éramos pequenos demais para entendermos o que estava acontecendo). Setembro de 1991, lançamento de “Nevermind”, 2° álbum de estúdio do então Nirvana. Aclamado como o melhor álbum de vendas e marco na musica grunge até hoje, isso porque ele trás o som de Seattle e consegue o titulo de popular graças às faixas e a capa consideradas como originais, e por trazer aquela tal música “Smell Like teen spirit”.  Na boa, se você não é fã deles, apenas conhece as canções deste disco.  
       
A verdade, caso você já saiba desconsidere-a, fazendo sucesso ou não, eles (Nirvana) não se sentiram tão a vontades em só vender. Quando você apenas se interessa em vender e fazer sucesso, as pessoas não tem tempo de reparar nas suas letras e/ou discutir suas idéias. Eles quebravam o palco e detonavam instrumentos, não porque aquilo era bonito ou porque chamava necessariamente a atenção, mas por ser isto uma forma de se opor a indústria de massa, e ao capitalismo industrial ao qual a maioria das grandes gravadoras cai. Uma forma Punk de reagir, assim como fez o Aborto Elétrico (Capital Inicial, Legião Urbana e Plebe Rude) com “Veraneio Vascaína”, contra a forma de repressão expressiva na década de 1970 – 1980, nesta musica que é uma crítica fatal a polícia e ao modo de se governar o Brasil naquela época.

O Rock nasceu de uma rebeldia, de uma vontade insana de colocar tudo que se quer e pensa para fora, seja em música, seja em “moda”, seja em opção de vida. E quem dizer que Rock não envolve política está totalmente errado, pois ele nasceu justamente no período em que as ideologias estavam a toda a prova. O estilo é simples, uma batida clássica de quatro tempos, acompanhada de três ou cinco acordes em média, originado do Blues, Folk e do Rhythm and Blues. É um dos estilos musicais que mais tem subtipos, variações, Eras e fases, entre os tipos existe o Ska, o Metal, o Hard, o Emo, e por aí vai.

Mas daí eu não entendo, como pode qualquer bandinha fula se enquadrar no estilo Rock and Roll? Que porcaria é essa de misturar Pop com Wave é dizer que "pronto! Tá aí uma banda nova de rock, vão fazer sucesso agora"... Que falta de respeito é essa para com um estilo que não deve nem em sonho se tratado desse modo? É, talvez eu seja uma roqueira quadrada, que ficou com sua mente parada lá nas décadas de 80 e 90, porque na boa, esse tal rock eu não vou engolir! E nem um tal festival aí, porque por vias das dúvidas eu também tenho lá minhas críticas em relação a ele, embora saiba que boas bandas se encontram por lá, como é o caso do Metallica, mas meus queridos organizadores, se esqueçam dos números, e se preocupem com qualidade!

Lembro-me de uma frase do Noel do Oasis, para com a primeira década de 2000: “Depois de nós (1990), houve um vazio... A nova geração não sabe o que é musica, apenas sabe o que é copilações, e das mais feias que existem”... E olha que a década de 1990, nem foi lá tanto essas coisas assim, para dizer que superou suas antecessoras. Acabou-se Nirvana, foi-se embora Scorpions, deu um tempo U2 (que esta mais para Rock romântico, do meu ponto de vista), anunciou enceramento R.E.M, e o Oasis sumiu do mapa. E o que você me diz, é o fim do Rock and Roll?

Depois disso, peço desculpas se ficou meio confuso e contraditório, mas era algo do qual eu queria falar. Até a próxima semana e fiquem todos bem! Parabéns Nivermind, e parabéns ao Rock.

*Segunda-Feira Blues I – Engenheiros Do Hawaii.

Imagens dos Site: Oesquema.

2 comentários:

Érica Ferro disse...

Na boa, Allyne, esse foi o seu melhor post aqui no Gurias Arretadas. Mandou muito bem!
Um post digno de uma amante do verdadeiro e bom rock'n' roll, que é eterno, independente dessas bandinhas fuleiras que estão aparecendo e desejam se passar por roqueiros.
Não, nós amantes do VERDADEIRO rock, não deixaremos que enterrem a nossa música!

Um abraço, queridona.

Allyne Araújo disse...

srrsrsrsrs Devo considerar q todos os outros foram ruins?! srsrsrs.. brincadeira, eu entendi o q cê quis me dizer. Ah, valeu Erica! bjoooo