Inferno astral..


..“Eu só peço a Deus
Um pouco de malandragem”*..

É sempre assim, eu já devia me preparar para isto afinal. Mas minha sina é adiar, adiar até o dia do não ser. Três semanas antes do meu aniversário, mais ou menos no dia 10 ou 12, sempre me concentro na mesma energia, pensando e ponderando os erros e as conquistas do ano que passou.

O “Ano Novo” é algo que não existe, pelo menos para mim, pois, pouca coisa muda do dia 31 para o dia 01. O “Natal” há muito deixou de ser especial, desde o dia em que meu irmão anunciou que iria embora, desde o dia em que vi meus primos deixar de vim à casa da vovó para “santa ceia”. Mentira! Este deixou de ser mágico desde o dia em que eu vi minha mãe comprar os presentes do “papai Noel”, há 11 anos.

Eu sei que nestas ultimas três semanas de Outubro minha figura muda, meu rosto fica mais tenso, minha escolha de cores oscila entre as sombrias e as alegres. Que meu olhar rumo ao horizonte está mais intenso, que eu não consigo segurar as emoções, e que poucas pessoas percebem que estou monossilábica, impaciente e pensativa.

Eu considero o meu aniversário o “meu fim de ano”, o dia de refletir e viver o meu egocentrismo. E o dia anterior, o dia de chorar e doer tudo que tiver para doer. A verdade? Aniversário é algo dual. Por um lado há os presentes e um dia todo dedicado a nossa pessoa. Por outro, a sensação de estar mais velha, e a vontade de que este dia nunca chegue.

A melhor hora de comemorar um aniversário? Aquela da “virada” (23:59hs para às 00:15hs). É a hora em que eu sei: esta aberta a contagens regressiva das caixas de e-mails, sms’s, Orkut, e outras redes sociais. Entretanto é o exato momento em que “meu retiro espiritual” se finda, e as ultimas notas de “Malandragem” * são recitadas. Então pronto: “Parabéns para mim”. Já às 07:00hs, é o momento de se tornar feliz.

* Malandragem – Cazuza/Frejat – Cássia Eller. (E um banho de chuva para terminar).

p.s: Isso passa.

Até a próxima terça! Beijos...

1 comentários:

Ana Seerig disse...

Também tenho como "virada" o aniversário, muito mais do que o dito Ano Novo. É a hora em que eu tento fazer uma análise de como foi o ano que passou e o que eu espero pelo que virá. Não me importo com "parabéns" e comemorações, me satisfaço tirando um tempo pra mim e pensando nos momentos e pessoas que realmente me valem.