As cartas que mandei;


Seja para fortalecer o vínculo de amizade e carinho ou pelo prazer de escrever, percebi recentemente que blogueiros são os principais motivadores da causa em redescobrir o valor das cartas. Há quem diga que se tornou um meio de comunicação obsoleto e ultrapassado, sem falar na demora que é para o destinatário em recebê-la. Porém, convenhamos, onde a internet não alcança? Estamos nos tornando reféns das mensagens instantâneas.

Talvez, seja meu romantismo ao que é clássico que resolvi aderir à causa da Ana, Becka e outras blogueiras conhecidas. Cria-se toda uma esfera de concentração e inspiração... Senta-se num lugar silencioso, deita-se a folha na mesa, verifica-se se há alguma imperfeição na mesma e, então, com caneta em mão inicia-se uma conversa particular, já imaginando se a outra pessoa irá se admirar ao ler tais palavras. Às vezes, não se sabe nem por onde começar. A letra sai com certo desalinho, mas logo as ideias um pouco desconexas ganham forma e revelam um pouco de nós.

E daí que paro para pensar e percebo que há tempos as palavras me procuram e me fisgam... Tenho uma caixa que guardo bilhetes, cartas – de amigas, de tia, de professoras -, alguns rascunhos e diários antigos. Os tais rascunhos em breve os rasgue e os diários, um dia, me desfaço. Mas as cartas e bilhetes... Não sei, capaz que ainda os guarde até o papel envelhecer e não consiga mais enxergar as letras. É uma forma simbólica de manter o pouco de quem se dedicou em escrevê-los a mim em dado tempo de suas vidas; muitas dessas não devem mais nem estar em meu cotidiano, mas que me fizeram feliz por frases simples.

A magia das cartas está em reservar um tempo para pensar no que será escrito, saber qual será o intuito, para então redigi-la. Não importa o quão cansativo seja e o quanto se leva para concluí-la, uma ou duas páginas, em linguagem simples ou robusta, quem as escreve se liberta e quem as recebe se encanta!

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Bom final de ano, meu povo e minha pova! Tudo de bom e que vocês continuem nos lendo, acompanhando, comentando, criticando e nos alegrando!

6 comentários:

Nati Pereira disse...

O que importa mesmo é a intenção, sendo 1, 2, 3, mil páginas ou apenas um coração. Beijo

Érica Ferro disse...

Que lindo post de fim de ano, Bárbara! Adorei, sua lindona!
Retratou bem esse encanto das cartas, do quanto é prazeroso tanto escrevê-las como recebê-las. Eu preciso parar de procrastinar e me deliciar enviando e recebendo muitas cartas, inclusive suas.

Adorei isso:
"Mas as cartas e bilhetes... Não sei, capaz que ainda os guarde até o papel envelhecer e não consiga mais enxergar as letras. É uma forma simbólica de manter o pouco de quem se dedicou em escrevê-los a mim em dado tempo de suas vidas; muitas dessas não devem mais nem estar em meu cotidiano, mas que me fizeram feliz por frases simples."

Belíssimo post, repito.

Um abraço.

Mihh' disse...

Ai, as cartas...
Tenho uma caixa cheia delas... não eram cartas enviadas pelo correio, mas entregues a mão pra serem lidas em casa.
Era uma coisa que eu tinha com alguns amigos (daqueles de escola que a gente teima em dizer que vão ser pra sempre), a gente escrevia, às vezes em folhas bonitinhas de fichário, às vezes na última folha do caderno que já tava rabiscada... ás vezes tudo colorido, às vezes de lápis de grafite, não importava muito isso... ás vezes nem tínhamos o que escrever, só batia aquela vontade de dedicar um tempinho pro outro e escrever (tanto é que tem algumas que falam sobre alguma coisa que fizemos no próprio dia). E era sempre assim... um escrevia, daí o que recebia lia em casa e, não por obrigação, escrevia uma pro primeiro... Era uma delícia! Me desfiz de tanta coisa durante estes anos, mas dessas cartas NUNCA!
As mais recentes são as do término do ensino médio (~3 anos) e quando releio é como se eu voltasse no tempo... ainda mais que praticamente não tenho mais contato com esses amigos (mesmo com tantas redes sociais - é aquele negócio de afastar quem tá perto e distanciar quem tá longe, né?)... e justamente por isso, pensei em escrever a eles e mandar cartas pelo correio, há um tempo atrás, mas acabei desistindo da idéia, por falta de endereço e cep... de alguns não vai ter como mesmo eu conseguir fazer isso, mas de outros certamente tenho como conseguir e de alguma forma esse post fez essa vontade de enviar, as que eu conseguir, crescer! *-*

Parabéns pelo post e obrigada :D

Ana Seerig disse...

Belíssimo post!

Eu acho que não tenho muito a dizer... Todo mundo sabe do meu encanto por cartas e tu fez um post admirável a respeito. Lindo, lindo!

Dayane Pereira disse...

Assim como vc eu guardo minhas cartas de amigos distantes, de pessoas que nem falo mais, ficaram as lembranças, e as cartas.
É mto gostoso, creio que todos deveriam sentir isso. Mesmo com o email à disposição, eu gosto de escrever cartas, gosto de pegar um caderno e escrever textos nele antes de postar no Blog, nem sempre faço isso, mas quando estou fazendo listas ou planos, tenho que escrever no papel.
Esse contato é único!

Tati Tosta disse...

Eu amo cartas! Acredito que as palavras escritas assim, com remetentes diretos, tem sempre um peso e significado a mais. Amei o escrito e aguardo ansiosa tua chegada em pauta escrita a mão.

Bom ano!