(...)

Como eu cheguei aqui?
Quem sou eu neste lugar?
Alguém tentando escapar,
Sem nem saber do que se quer fugir...

Se eu não sei ao certo nada deste lugar, por que sei que estou tão longe?

Eu que sempre achei o caminhar
Melhor do que chegar
Agora quero uma sombra pra descansar
Por já nem saber...

Às vezes um caminho qualquer
Uma esquina dobrada quase sem querer
Nos traz um motivo, uma fé
Por um instante parece que tudo parou

Como eu cheguei até aqui?
Olho para trás não vejo pegadas por aí
Nem um rastro do que nos restou
Nem uma notícia que me explique o que sou

Telejornais não querem saber onde estou
Exércitos não irão me procurar
Por quanto tempo farei falta neste lugar
Aonde pessoas tão rapidamente vem e vão?

É só mesmo um vão cheio de coisas para acreditar
Como um baú de coisas mofadas no ar
Entre quatro paredes, o infinito vem aqui me visitar
Descubro que o meu tempo já passou

Mas, e se o tempo nem existe aqui
É uma invenção dos sentidos que tomam conta de mim
E teimam em contar os dias por onde vou
Até eu parar de caminhar e tudo acabar onde começou

Luis Vilar

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*Formado pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL), o jornalista Luis Vilar – com mais de uma década de atuação no mercado alagoano – já passou pelas editorias de Polícia, Cidades, Economia e Cultura. Hoje atua na área de política escrevendo para jornais impressos e para o site Cada Minuto.

*Apresentação extraída do blog do próprio Vilar,
hospedado no site Cada Minuto,
portal de notícias alagoano.

Como acho que vocês sabem, ano passado fiz cursinho pré-vestibular e tudo o mais, e foi lá que conheci o professor, poeta e jornalista Luis Vilar. Não, nós não nos tornamos amigos ou algo assim, porque sou uma pessoa tímida (sim, acreditem, aqui no mundo virtual pareço super descontraída, mas pessoalmente não é bem assim, okay? Só se eu estiver bêbada, mas cortemos esse detalhe sórdido, porque, para todos os efeitos, eu sou uma pessoa que desconhece esse negócio de álcool *risos cínicos*). Sim, como eu ia dizendo, foi no Maceió Vestibulares que tive as aulas de Literatura mais legais de toda a minha vida (e não estou exagerando, creiam).
Em cursinho sempre rola aquele negócio de bilhetinhos e tudo o mais, não é? Lembro como se fosse hoje o dia no qual o Vilar recebeu um desses que dizia mais ou menos assim: "Professor, se nada der certo, você está apto a fazer comédia stand up...". Sim, o Vilar, além de ser um ótimo professor e passar o conteúdo de forma interessante e leve, soltava umas piadas muito, mas muito engraçadas. Eu morria de rir ao mesmo tempo em que aprendia. Sinto saudades das aulas desse cara!
Só soube que o Vilar era jornalista e poeta depois que passei a segui-lo no Twitter (em praticamente todas as aulas ele colocava no quadro o seu e-mail e o twitter, mas como quase todos os dias eu chegava atrasada, sempre sentava no fundo da sala por não achar uma cadeirinha nas fileiras da frente e, como não enxergo lá muito bem, nunca conseguia decifrar o que estava no quadro - detalhe: mesmo de óculos. Num dos raros dias em que cheguei pontualmente ao cursinho, peguei um lugar legal e consegui anotar o e-mail e o Twitter dele).
Esse poema que escolhi do Vilar retrata bem como me sinto nesses últimos dias.


Espero que tenham apreciado
a minha escolha de hoje, pessoas queridas!
Dia 25/02 nos encontraremos
novamente nesse mesmo canal, certo?
Um abraço da @ericona.
Hasta!

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