Resenha: Água para Elefantes, Sara Gruen.



Editora: Arqueiro
Autora: Sara Gruen
Páginas: 272
Avaliação:
★★★★★ Excelente!




E, em 1931, quando os Estados Unidos da América ainda sofre com os efeitos da Grande Depressão, o jovem Jacob Jankowski, que está prestes a se formar em veterinária, vê sua vida se transformar ao perder drasticamente seus pais. E para piorar a situação do rapaz de 23 anos, os pais abriram mão de pagar a hipoteca da casa em que viviam para pagar a faculdade do filho, ou seja, o único bem com a morte deles fora tomado pelo banco.

Perdido Jacob foge e inicia uma fúria andança, deixando tudo para trás. Desnorteado e já exausto aproveita estar numa rota de trens e se joga no primeiro que passa, porém nota que não está sozinho. Alguns homens bebem e jogam no vagão. Assustado quase é jogado para fora com o trem em movimento quando Camel, um senhor gentil e infrator assumido da lei seca americana, intercede por ele. O que Jacob desconhece é que aquele trem é de um circo. O circo dos Irmãos Benzini, o maior espetáculo da Terra.

Então, um Jacob já idoso morador de uma casa de repouso relata sua história dos tempos em que cuidar dos animais do circo, principalmente da elefanta Rosie, proteger Marlena das garras de August, seu marido esquizofrênico paranoide e seus amigos Camel e Walter da tirania do Tio Al, o dono do circo eram suas maiores obrigações.

Abro a jaula do orangotango fêmea e deposito a vasilha com frutas, verduras e nozes no chão. Ao fechá-la, o braço comprido do bicho passa pelas barras da jaula. E ela aponta para uma laranja em outra vasilha.

- Essa? É essa que você quer?

Ela continua a apontar, piscando para mim seus olhos muito próximos um do outro. As feições são côncavas, a cara parece um prato grande com uma franja avermelhada. É a coisa mais terrível e mais bela que já vi.

- Tome – digo, entregando-lhe a laranja. – É sua.

Ela pega e a põe no chão. Em seguida coloca o braço para fora de novo. Depois de alguns segundos de muito receio, estendo a mão. O orangotango fêmea envolve a minha mãe com seus dedos compridos e depois a solta. Então se senta as ancas e descasca a laranja.

Olho assombrado. Ela estava me agradecendo. - Página 101

Pontos positivos: o livro envolve amor e drama na medida certa, nos fisga pela rapidez que os fatos discorrem e como nos apaixonamos pelos personagens. Me vi odiando August e Tio Al por todas as atrocidades que eles são capazes de fazer; depois chorando por momentos tão simples que Jacob passa com os bichos e rindo pelas enrascadas que ele passou. Assim como me peguei pensando na situação presente de Jacob já com 93 anos, ou 90, porque nem ele se lembra direito vivendo num asilo. Será que depois de tudo o que nossos pais/nós fizeram/fizemos pelos filhos podem/podemos ser atirados para o canto e fingir que é o melhor a ser feito? Por que não retribuir com carinho dentro do próprio lar? E os maus tratos aos animais? Hoje sabemos que existem Códigos de Proteção aos Animais, mas são tão negligenciados.

Pontos negativos: não há!

4 comentários:

Magda Albuquerque disse...

Concordo plenamente ;D

Érica Ferro disse...

Ai! *suspiros*
Há uns meses que li a sinopse desse livro e confesso que eu gostei muito dela. E depois da sua resenha, então, fiquei com mais vontade ainda de ler. Gosto de histórias bonitas assim, doces, românticas e até mesmo sofridas. Gosto de livros que me emocionem, que me encantem, tanto por serem complexos tanto por serem simples. O que importa é me encantar. E acho que "Água para elefantes" é desse tipo de livro.

Mais uma ótima resenha, Bárbara.
Lindona! ♥

Ana Seerig disse...

Parece um livro realmente interessante... Se tiver oportunidade, o lerei. Bela dica, Babs!

Dayane Pereira disse...

Ain que lindo!
Me emociono com histórias que envolvem animais
=/