"Matematicamente
é fácil definir quem é você, através do exemplo de quem sou eu. No cadastro de
pessoas físicas sou o 007.007.007-07, no registro geral sou 71717 SPTC - GO.
Não sou pouca coisa, sou muito mais que isso, no tribunal regional eleitoral
sou 2727.2727.1040 da zona tal seção 0037. Vamos pensar o número que somos na
CNH, na reserva do Exército brasileiro, Marinha ou Aeronáutica, no número da
matrícula estudantil. Que número de celular é você? Em qual posição da
estatística, ou da pirâmide de classes você se encaixa? Qual o número na
porcentagem da economia brasileira você representa? Será que é
0,00000000000000001% (zero vírgula zero por cento) ou será a importância de um
investidor da Petrobrás com 10% (dez por cento) ou mais da percentagem corporativa?
Você
é muito importante, matematicamente falando... Você tem carteira de trabalho?
Viu? Mais números: Inscrição de PIS/NIS, FGTS. No INSS você é outro número...
Por favor, não me diga que você é pessoa jurídica ou é profissional cadastrado?
No CRMV, CRM, COREN, OAB ou algum outro que desconheço? Mais números para te
definir... Mais relevância para ti. Não somos tão simples quanto se pensam por
aí as cabeças determinantes, a nossa complexidade é maior do que imaginamos.
Por exemplo: Pegue todos os números que você é e insira no computador,
certamente que serão poucos, se comparado ao resultado de sua tradução para a
linguagem binária do computador.
Prestar
concursos, vestibulares, Enem, tudo isso rende mais inscrições em números
cadastrais. São as situações da vida, elas representam números. Por exemplo,
beber e dirigir, quem faz isso corre um grave risco, de representar um número
“super importante” nas estatísticas. Administrar o tempo e saber lidar com
números, relacioná-los e calculá-los.
As
emoções podem ser calculadas, os “amigos”, as ações e reações também. Você, eu,
nós, eles, somos os números da matemática que a problematizamos e a
equacionamos. Criamos o novo modelo cultural (a modernidade)... Raciocínio
lógico, força expansiva que atinge destrutivamente outros costumes e crenças,
os subtraindo, ou os modificando para que saiam do estado simples de ver o
mundo, a vida, e a natureza. E mesmo que conservem tais resquícios desses
elementos, não poderão deixar de incorporar a “ciência que tem por objeto as
grandezas, formas e relações numéricas entre entidades definidas abstratas e
logicamente (LUFT, 2000, p 447)”.
Quem
sou? Sou o ser do mundo material. Sou o ser do mundo abstrato. Mundos que são
interligados pela “ciência que tem por objeto as grandezas, as formas e as
relações numéricas...” Uma vez ouvi um louco gritar que: O que interligaria os
mundos (abstrato e material) da forma mais perfeita e poderia posicioná-los no
“meio termo” do equilíbrio universal. Seria algo que tem apenas quatro “letrinhas”
que prefiro evitar pronunciar. Pois segundo ele está em todas as culturas. Não
importa a roupagem que ele use ou a definição que os antropólogos e demais
cientistas sociais dêem a essas quatro “letrinhas” da nossa língua portuguesa
brasileira.
A
minha reação foi enérgica e correta quando ouvi o louco interromper a aula de
filosofia para falar algo esdrúxulo... Saquei minha pistola de bala explosiva e
descarreguei na cabeça do infeliz, com tamanho prazer que se comparava a
relação sexual da sua preliminar (quando dei os primeiros tiros) a seu extremo
(últimos disparos).
Depois
de semestres de reflexões, fica a dúvida se realmente existe algo maior que a
matemática, algo maior que a razão, que resulte também em muitos avanços
tecnológicos e controle social. Estamos falando da civilização, o mais belo
exemplo que tenho de socialização. A cidade, o Estado, o poder e a humanidade.
Eu com os meus números, e os mesmos sou. O pensamento, programa, andróide,
raciocínio que caminha para a robotização, matemática material, é máquina
parecida comigo. Matemática abstração para minha razão e razão do meu existir.
Agora não sei se sou matemática ou resultante dela. Quem sou?
(Escrito
por Dynisson em 08/11/11 iniciou-se o exercício de escrever após as 12h e
concluído às 13h40min. Antes do almoço. O insight veio durante uma atividade
doméstica, que foi interrompida, para serem esboçadas as idéias expostas
acima)." Retirado Originalmente Daqui.
Dynisson Sanches é acadêmico do Curso de Ciências Sociais no Campus de
Tocantinópolis na UFT, e dono do blog “Um Iniciante no Mundo das Letras”, bem
como meu colega de faculdade, pois dividimos os mesmos espaços e lados do
prédio, além de algumas conversas pelo corredor. Esse texto, sem esquecer de
outros do mesmo, me chama muito a atenção e me faz refletir de vários e vários
modos... Espero que tenha gostado! Beijos!!!
3 comentários:
Esses cientistas sociais têm um lado todo genial, né?
Gostei do texto, Allyne.
Adoro textos com esses questionamentos existenciais.
Ótima escolha!
O texto é esplêndido, gostei muito, temos o que refletir quando o lemos com certeza.
Achei genial seu amigo.
Beijos
É o que eu digo: não há coisa mais linda e necessária que os números e a matemática.
Postar um comentário