08 de março e seus novos significados

Ser mulher é uma coisa complicada, que envolve uma série de questões, a exemplo de como lidar com as pessoas de diferentes personalidades e a própria aparência, e ainda por cima esta linda e maravilhosa em qualquer ocasião. É ser mulher não é tão fácil. Uma hora somos santas, em outras dores de cabeça, na melhor das hipóteses bruxas ou fadas em meio ao mundo em que vivemos aonde se podem escolher entre os negócios, casa e viagens ao mesmo tempo em que submergimos em algumas culturas e percebemos relações claras de poder, em que o homem é quem manda ou é mandado pela mulher. E talvez pouco nos perguntarmos como os homens se vêm em meio a isto. Há de se dizer: As coisas mudaram, sempre continuam a mudar, e dizem que prevalece o diálogo.

Para mim, é besteira aceitar um único paradigma em meio ao turbilhão tenebroso de grandes (e “novas”) conversões. Sinceramente, não me interessa saber se existe mulher virando homem, homem virando mulher, se tem criança brincando de carrinho e/ou bonecas, assim como jovens que experimentam diferentes sensações e paixões, porque na minha concepção existe atualmente trocas de papeis interessantes, bem como buscas de identidade respeitável, e nega-las pode ser um ato equivocado. O preconceito com A, B e C surgi a partir do momento em que um cidadão aponta o dedo em riste para outro e diz “isto que você é ou faz é errado!”, sem, contudo, procurar compreender os pôqueres de tais alegações. Para mim, é clichê concluir que há crescentes lutas por afirmações sociais e pessoais, e que as pessoas podem sim se identificarem com X e Y ao mesmo tempo, porque isto é verdade, em questões atuais. Assim como, assumir que estas afirmações ainda causam alvoroço nas inúmeras comunidades mundo a fora.

Na boa, quando os velhos movimentos sociais reivindicaram um dia em especial para as mulheres, não estavam somente firmando uma data para lembrarmos o quanto sofremos, mas sim uma lembrança de que isto nos torna cidadãs de direitos e não somente de deveres. Entretanto, e com os novos movimentos sociais, esta única definição (se é que é a única) já não consegue mais abarcar que novos significados esta data representa em nossos dias, e o que é “ser” mulher em circunstâncias atuais. No meu entender, esta é uma das complicações, que já abrem portas para o que vem a ser homem, o que é infância, o que querem os movimentos LGBTs, entre outros, que contribuem para que possamos continuar a História que estamos discutindo continuamente. E, sim, já que existem tantas divergências, não precisamos comemorar o dia 8 de março como um dia exclusivamente da mulher, mas podemos usa-lo como bandeira de luta para que outros grupos, ainda inferiorizados, possam se inspirar e correr atrás de algo que os legitimem e assim valer os nossos ideais.

P.s: Me chamem de feminista, de machista, de gay, e do que quiserem. Só não vão colocar a mãe no meio, por favor! Boa semana pra vcs!!