É hora de se assumir!

Eu sei que o que vou falar hoje é um assunto que de tão debatido já é mais do que noticia velha, mas antes queria explicar que escrevo sobre ele porque, apesar de muita discussão algumas atitudes ainda não avançaram muito a respeito desta condição, sobretudo quando analiso a realidade em que eu vivo: cidade pequena mente pequena. Embora possamos excluir deste meio alguns seres que seguem na busca de evoluir em seus modos de pensar e agir a todas as diversidades.

Ontem ouvir um boato de que um primo meu se declarou gay, e até ai tudo bem, pois a família já desconfiava e já não é tão incomum, porque ele já não seria o primeiro e muito menos será o ultimo. Entretanto, uma coisa da qual eu não aceito é a hostilidade com que algumas pessoas lidam com isso, a reação de julgar, xingar, maldizer e maltratar estas pessoas só porque elas estão, na cabeça deles, pecando contra a condição religiosa de homem e mulher. Pelo amor de Deus, há tempos que isso caiu por terra e já não se envereda por este viés[1].

Eu acredito que nós nos apaixonamos por pessoas, não pelo fato de elas serem homens ou mulheres, mas pelo que elas realmente são: indivíduos, seres humanos, sentimentos, aspirações, conquistas, entre outros e isso é o que importa pra mim. Eu nem imagino como seria minha reação se fosse um filho meu a me dizer algo como esse, mas não passei cinco anos esquentando bancos de faculdade pra sair de lá mais burra do que quando entrei, e em uma coisa eu tenho certeza: seja qual for à orientação sexual dos meus filhos eu estarei sempre a apoiá-los. Mas apoiá-los não é só buscar aceitação... É também amar, cuidar, entender, etc. é tanta coisa que dar assunto pra outras discussões.

O que me entristece é vê pessoas criticando e julgando umas as outras por elas gostarem do mesmo sexo, ou por defenderem tal causa. É me encontrar em pleno século XXI e me deparar com cenas de espancamento e propostas de “cura gay”... É tão irônico que chega a ser engraçado. A verdade é que a sociedade é muito hipócrita para assumir que a diferença é algo que nos une em aceitar que existem modos diferentes de gostar e se mostrar, bem como que respeito cabe a todos. É na essência que nos tornamos igual, não no que aparentemente procuramos ser, pois já dizia Platão “a pessoa busca alguém que acorde a sua essência, ela busca aquilo que lhe falta, alguém que lhe complete”. E a felicidade cada um a encontra da maneira que acha melhor.

P.s: Pequeno, né pessoal? Mas é meio que um desabafo que eu precisava escrever. Beijão pra vocês!
  
Contrições de Allyson Duarte, Camyla Marinho e Barbara Farias. Valeu pessoas!



[1] Eu não estou falando da questão da Igreja ou Religão Católica em si, mas no modo como as pessoas se baseiam em algumas doutrinas, sejam cristãs católicas ou protestantes, para condenar a homossexualidade. Esse assunto é tão polêmico que nem vou entrar tanto nele. Sem contar que a ciência tenta há tempos explicar o que seria essa condição. Então, não quero entrar nestes detalhes para com este texto. Indico aqui a entrevista do Papa Francisco e um artigo da Superinteressante que valem apena ser conferidos.   

8 comentários:

Unknown disse...

Allyne, adorei o post! E a forma como se pronunciou, foi oportuna. O seu primo, ou melhor, todas as pessoas, tem o direito à sua felicidade, da maneira como lhe parecer melhor. Sou cristã protestante, mas quem sou eu para julgar, e em que sou melhor? Felicidades ao seu primo, torço pela sua conquista e que todos se preocupem com as suas vidas!

Allyne Araújo disse...

O brigada por comentar Ana de Geo. Verdade, quem somos nós para julgar uns aos outros? Bom vê vc por aqui. bjos!!

Na Nossa Estante disse...

Se eu fosse você nem me daria ao trabalho de explicar a respeito do que você não está falando, o que você está falando já basta Allyne.

Respeitar e aceitar o outro em amor é preciso e precioso, amar ao próximo como a nós mesmo, se vc não ama ao próximo a quem vê como pode se gabar de amar a Deus a quem não vê? Isso está na Bíblia e o povo que se diz cristão e hostiliza o outro esquece facilmente desse pensamento.

Gosto de conviver com pessoas que pensam, amam e respeitam. Por isso gosto das gurias.

Pandora.

Allyne Araújo disse...

Eu sei Pandora, explicar algo que já tá mais do que conhecido é meio q besteira, mas pra mim foi preciso. Desde o inicio, tudo se resume a respeitar o próximo, não como um modo de concordar com tudo q ele diz, mas respeitar mesmo. bjã e valeu pela visita!!

Dayane Pereira disse...

Antes eu pensava que era apenas as pessoas mais velhas, pois nao estavam "acostumados" a diversidade que o mundo chegou. Mas não, me deparo com pessoas da minha idade torcendo o nariz pra homossexuais. E o que percebo também é que muitas mulheres aceitam homens gays, tem amigos gays etc mas quando veem duas lésbicas dizem "que nojo", "que coisa horrível" etc.
Nem vale a pena falar muito sobre isso, me irrita até, rsrs

Allyne Araújo disse...

Day Caçadora Fazia algum tempo q não assistia Malhação, e agora a pouco vi uma cena com jovens mais novos do que nós fazendo a mesma coisa q vc descreve. É tão triste e absurdo, porque apesar de ficçao a realidade é assim tb. A gente carece crescer muito nas ideias. Bjoss!

Na Nossa Estante disse...

Allyne vc arrasou no texto... e nas respostas aos comentários. #TenhoDito Pandora

Allyne Araújo disse...

rsrrsrsrss.. Valeu de novo Pandora!!! Bjos