Para Flaviano, com todo meu louco amor

Flaviano,

Gostaria de te dizer umas coisas que estão perambulando na minha cabeça há dias. Eu não sei escrever cartas, muito menos de amor, me desculpe. Não que essa seja uma carta de amor, não é. Não é. Não sei se é, francamente. O que eu sei é que eu queria conseguir passar um dia sem tentar me aproximar de você. Eu já tentei te dizer isso, mas não consegui. Eu não sou do tipo de pessoa que se intimida, mas você me intimida, você me desestabiliza. O que é isso que você faz comigo? Que tipo de poder é esse que exerce sobre mim sem ao menos saber? Ou é assim com todas as outras que se interessam por você? Eu gostaria de não ser a única que se sente perdida, todos os dias, quando as nossas conversas não passam do "tudo bem, sim, e você?", "as coisas vão bem, sim, e por aí?", e só. Nada mais. E eu aqui, com a mente e o coração transbordando de tanta coisa pra dizer. Eu gosto de você, Flaviano. Gosto de verdade. Não é só encanto. Não é só por sua voz suave, doce, seu sotaque encantador, seu olhar reluzente ou esse seu sorriso que ainda vai me provocar sérios problemas cardíacos. Eu gosto do seu mistério. Eu gosto do seu jeito calado, tão na sua, tão mergulhado no seu mundo, tão dentro do forte que criou pra si, e eu não sei por que. Eu gosto disso, mas, ao mesmo tempo, tenho raiva, porque quero quebrar as paredes que te cercam, quero te abraçar de um jeito desesperado, meio insano, olhar dentro dos seus olhos e perguntar de um jeito alucinado por que você se negou a ceder por tanto tempo. Eu sei que um dia você vai ceder, mas é que está demorando muito. Paciência foi coisa sempre rara na minha vida, mas, quanto mais o tempo passa e mais o meu apreço e interesse por você crescem, mais espero, sem fé, mas espero pra que você diga que sim, que quer que ande ao seu lado, que quer pegar na minha mão, que quer tocar e cantar pra mim qualquer coisa assim sobre você e eu.
Eu sei que pra você tudo isso que eu digo agora pode parecer loucura, exagero ou devaneio. Nós realmente não nos conhecemos o suficiente pra que eu tenha tanto carinho, apreço e desejo de compartilhar das coisas bonitas ao seu lado. A paixão é mesmo uma coisa louca, Flaviano. Louca, mas bota louca nisso. Muito louca. E eu ando louca varrida querendo muito te ter mais perto, sabe? Mesmo você estando meio longe, tanto de corpo quanto mentalmente. Eu quero te trazer pra perto de mim e pra dentro do meu coração. 
Racionalizar o que eu sinto é inútil. Há coisas inexplicáveis, e uma delas é a atração e o carinho enormes que sinto por você. Eu não entendo, não consigo mesmo entender como tudo isso se deu, como se deu, porque eu realmente não percebi o processo. Eu sei que eu aceito. Eu aceito esse desejo. Eu aceito sofrer, chorar, mas, sobretudo, viver essa paixão: unilateralmente ou reciprocamente, eu hei de vivê-la.
Flaviano, há algo em você que preciso curar. Há uma falta em você. Há uma lacuna. Há algo que precisa ser preenchido com amor. Eu tenho o amor pra curar as suas feridas. Eu tenho o amor que te abrirá os horizontes e te abrirá um sorriso largo e genuíno. 
Disse tantas coisas, que nem sei mais o que dizer, se é que há algo pra dizer. O que eu sei é que eu preciso de você mais perto, porque não aguento mais nossas conversas reticentes, nosso laço cada vez mais frouxo. 
Derruba esses muros que te cercam, me deixa entrar, me deixa te conhecer, me deixa ficar mais perto. Quero sentir a sua essência, mergulhar em quem você é. Quero mesclar as nossas essências e ver que fragrância que dá. 
Aposto no amor tresloucado. E você, paga pra ver ou vai ignorar tudo isso que eu disse nessa carta?
Espero uma resposta, um sinal de fumaça, umas palavras rabiscadas na areia. Qualquer coisa do gênero. Só não deixe de me responder, de me dizer que sim, que me quer ao seu lado, que só queria que eu tomasse as rédeas da situação e desse o pontapé pra que você pudesse manifestar seus sentimentos e pensamentos acerca de nós. Sim? 
Estou à sua espera.

Da sua amada,
Ellen

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Cartas. Contos. Ficção pura? Pura realidade? Mistura?
Sabe lá, sabe lá o que é amar... ♫.
Um abraço da @ericona.
Hasta la vista.

1 comentários:

Nati Pereira disse...

Da mesma maneira que está com medo da resposta, também quer a resposta, mesmo que seja para sofrer. É triste. Beijos