De súbito

Foi de súbito que Dinorá se viu toda enrolada e atrapalhada numa paixão com feição de impossível. Dinorá, teimosa feito uma mula quando empaca, ignorou os alarmes dados pelo Universo: pensava no seu amado pelo menos alguns minutos de cada hora do dia. Quando dormia, sonhava que esteja nos braços dele. Quando o sono fugia dela, ela se concentrava a rascunhar versos.
Dinorá, com a visão embaçada pela névoa da paixão, desconhecia que o caminho que estava trilhando a levava para o abismo. Um voo sem volta. 
Dinorá, aos 45 minutos do segundo tempo, quando estava despencando do abismo, se deu conta que não há amor em São Paulo, no Rio ou em Londres.
O amor está, esteve e sempre estará na poesia, nos versos cálidos, desesperados e alucinados dos apaixonados.
O que existe, na prática, é desencontro. Encontraram o corpo de Dinorá todo machucado, mas o sorriso tristonho em sua face foi o que mais chocou e perturbou quem o viu.

Erica Ferro

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Um abraço da @ericona.
Hasta la vista!


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