Um Libertar

O homem ao sair vagou por ruas sem rumo, confuso por seus pensamentos, mas contente com sua coragem; ainda sem direção entrou em uma estação de metrô e sentou-se em um dos bancos de frente ao relógio. Sem perceber veio uma senhora já de cabelos grisalhos, tinha um ar de pessoa culta, do tipo que identifica seus problemas com apenas duas palavras.


- Me diga, de que acusas a vida?


- Como disse? - perguntou o homem ainda com ar de espanto.


Ela tira uma balinha de maçã verde da bolsa...


- Sabe, uma vez me disseram que balinhas ajudam a nos acalmar, não sei por que mas nunca funcionou comigo, não quer uma? Talvez funcione com você.


O homem ainda sem entender muito o quê acontecia apenas pegou a bala e sorriu à senhora, de alguma forma ela o fazia se sentir bem.


- Obrigado! - disse o homem.


- Sabe... Há pessoas que vivem uma vida presas há seus sentimentos e emoções e quando finalmente se libertam não sabem ou não lembram mais como expressá-los. Mas, para aqueles que não sabem o que fazer aconselho apenas que escutem a si mesmos e vão saber o que fazer.


A senhora levantou-se sem dar mais explicações, sorriu e se foi.


Ele não sabia o que fora aquilo, mas tinha certeza do que fazer; levantou-se e se fora em busca de antigos sonhos e por saber o que é ser “preso” ajudou os que se encontravam em estado igual. Quanto à senhora, ela sim é um mistério


Raquel Postigo

1 comentários:

Ana Seerig disse...

Talento de família, hein, Becks?

Adorei!