O que seria ser romântico?


Eu deveria ter uns 17 anos, ou por volta disso, quando estava na fila daquela Xerox da Universidade com mais duas amigas, pacientemente esperando nossa vez. Já não lembro nosso discurso inicial. Vagamente julgo ser alguma disciplina ou fofoca acerca de algum colega, mas precisamente eu já não o recordo mais.

Entretanto um fragmento que até hoje permanece vivo em minha mente é uma conversa seguida a esta sobre “homens”. Mas ou menos ocorrida assim:

Amiga 1: Ai gente! Ontem foi o aniversário do meu casamento. E meu marido chegou em casa com um presente maravilhoso! Eu chorei de tanta emoção.

Amiga 2: Que lindo! Ah, se eu fosse homem seria muito romântico, pelo menos eu acho.

Eu ainda não escrevia poesias (essa idéia nem passava pela minha cabeça), muito menos tinha um blog ou caderno de rascunho para tal. Mas recordo bem o que respondi, (E não sei por que ainda não transformei em algo poético).

- Não.. Se eu fosse homem não seria romântico, isso é cansativo. Mas sim teria momentos românticos, acho que isto é o importante. (...)

E depois de anos refaço-me esta mesma pergunta: E se eu fosse homem? Eu continuaria com a mesma resposta anterior, porém não mais teria medo de admitir as coisas que eu sinto, independentemente de ferir ou não algum tipo de orgulho. Entretanto de uma coisa eu teria certeza (E isso soa meio contraditório): Eu continuaria me apaixonando por mil coisas ao mesmo tempo, sem, contudo abrir mão da minha independência. (?)

Mas esta “conclusão” remete a um clichê conhecido e a vários questionamentos. A questão não é ser homem ou mulher, mas sim a qualidade de ser sensível ao que nos cerca e principalmente para com as pessoas que nos apreciam. Romantismo não é algo provocado, fugas ou preso, mas penso eu que seja parte de uma essência, elemento esse fundamental para bons relacionamentos. E assim como faço uma analise básica sobre uma certa postura minha, exponho aqui algumas perguntas que aqui cheguei:

1.       Esta Conclusão não seria uma forma de se auto proteger, na medida em que não consentimos em correr o risco de nos deixar apaixonar de verdade por alguém?

2.       Ou reforça a teoria de que quando amamos nos tornamos mais fracos e “cegos” para uma série de questões ao nosso redor?

3.       Bem como a razão pela qual todos nós estamos aqui, ou seja, a de que precisamos de uma boa dose de romantismo e paixão para dar sentido aos elementos ao nosso entorno?

Entre tantas outras questões, uma coisa é chave: Romantismo é essencial, paixão também é fundamental, mas sincero mesmo é sentir e admitir sentimentos reais, sendo eles frutos de momento ou de uma vida toda.

E se você fosse homem ou mulher (no caso de nossos leitores masculinos), que visão teria sobre ser romântico? Dê-nos sua opinião.

Boa tarde de terça e ate semana que vêm! Cuidem-se!      

8 comentários:

Unknown disse...

Eu enviei um comentário aqui, mas deu erro, portanto...
Penso que este post antigo responda por mim:

http://escritoslisergicos.blogspot.com/2011/06/onde-esta-meu-eu-romantico.html

Parabéns pelo texto. Acho interessante quando um autor consegue persuadir o leitor a um debate e você o faz muito bem.

Allyne Araújo disse...

Vindo do seu post agora.. Até parece uma resposta direta a esse post! Eu gostei muito. Sua opinião me convenceu de uma mameira bem sincera. E quando é que a gente vai fazer aquela parceria proposta por vc uns dias atras? Bjoooo

Ana Seerig disse...

Esse é um assunto complicado de certa forma, quer dizer, não podemos dizer o que faríamos se fossemos assim ou assado. Creio que essa de romantismo não é melação, mas sim cada um ser o que é e se dar bem com as falhas um do outro, procurar agradar sem ficar exagerado, respeitar sem ser indiferente...

Caramba, sei lá eu o que dizer. É uma bela questão essa tua, mas eu com meus pensamentos cheios de testosterona como já me disseram uma vez, não posso dizer muita coisa. Sou um ser estranho. Mas tu me deu no que pensar.

Resumidamente o que eu digo é: homem ou mulher, cada um tem que ser o que é e buscar sua própria maneira de ser feliz sem esquecer que as pessoas que o cercam também merecem atenção.

Unknown disse...

Eu identifiquei muito este seu post com este meu que escrevi há um tempo atrás.
Quanto a parceria, basta lançar um tema e já iniciamos, podemos fazer por mensagens através do facebook (estou começando a encontrar utilidade para aquilo).

Érica Ferro disse...

Allyne, gostei muitíssimo do seu texto. Muito bem escrito e nos faz refletir sobre a questão aparentemente complexa do romantismo.
Olha, acho que ser romântico é ser sensível, não no sentido de "fresco", e sim no sentido de conseguir perceber as coisas que acontecem ao nosso redor, ter a sensibilidade de enxergar que o outro precisa de você, que quer seu bem e quer, mesmo que de uma maneira inconsciente, se sentir querido e amado também.
Ser romântico é ser carinhoso sem medidas. Mas não quero dizer com isso que tenha que ser exarcebado. Acho que quando a nossa maneira de amar é sincera e natural, "atinge" o outro na medida certa. Mas a partir do momento que a gente programa as coisas, que a gente tenta racionalizar o amor, aí a coisa fica "mecanizada" e já não é mais romantismo. É outra coisa qualquer.

Adorei mesmo esse post, sua bochechuda linda.

Um abraço!

Babi Farias disse...

Cara, esse texto está muito duca! Se eu fosse... Não. Sendo o que sou, às vezes, pareço até fria. Mas sou tipo um bichinho carente que adora atenção, se não for em demasia, e bem sensível. Adoro demonstrar meu afeto à minha maneira e são poucos que o entendem, porque é de forma comedida, porém sincera. E acho que nasci para isso... Sou intensa e demonstro sem nenhum resquício de orgulho, mas com todos os receios de levar portada na cara. rs

Entendo esse lance de gostar, porém ter independência. A Erica até já escreveu sobre isso no blog pessoal dela. E super apoio que sejamos assim. Essa frase explica bem seu pensamento:
"Nós nascemos sozinhos, vivemos sozinhos e morremos sozinhos. Somente através do amor e das amizades é que podemos criar a ilusão, durante um momento, de que não estamos sozinhos."

Beijo, Lyne. :)

Rebeca Postigo disse...

Hehehe...
Sou uma romântica extremista...
Mas sei lá...
Por vezes sou realista o suficiente pra assustar qualquer ato romântico...
Se eu fosse um homem talvez fosse alguém mais calculista...
Bom...
Eu não compreendo nem mesmo o meu romantismo...
Acho melhor me abster desse assunto...
Pelo menos por agora...

Bjs

Dayane Pereira disse...

Eu não gosto de nada em excesso, acho que se eu fosse homem seria romantico em momentos oportunos, uma pessoa com o romantismo a flor da pele se torna chata =S