Perdida no tempo

Sexta completou duas semanas que estou aqui. Caramba, parece bem mais! Já sei o meu trabalho e já vi e aprendi tanta coisa nova! Continuo não acreditando que vou ficar aqui um ano. É estranho, tô aqui há duas semanas, parece que fiz tanto, mas tem tanto ainda pela frente!

Meu maior medo é o tédio. Aqui é sempre igual: cada dia da semana uma comida, os lanches dos guris são os mesmos todos os dias e etc e tal. Eu sou uma pessoa que se entedia fácil. Ao mesmo tempo que gosto de seguir uma certa lógica pras coisas, odeio sentir tudo sempre igual, então preciso movimentar meus fins de semana e, na medida do possível, as horas livres durante a semana. 

Aliás, sou uma baita contradição. Gosto das coisas girando, mas também gosto de ficar sossegada no meu canto. Ou seja, sinto um pouco de falta de saber onde e como ir sozinha, me virar como e quando quiser. Sinto que o pessoal aqui fica meio ressabiado porque eu não pergunto muito, aliás, só fui perceber que, por vezes, as pessoas esperam montes de perguntas no meu estágio do Magistério. Ou melhor, no fim dele, quando minha titular admitiu que ficava preocupada porque eu não perguntava nada, não pedia ajuda.

De modo geral, isso tem me lembrado muito meu estágio: primeiras semanas de testes, de conhecer as crianças, de impor respeito ao mesmo tempo em que se busca a amizade e a confiança, sem falar em ter que aprender o melhor modo de lidar com tudo. Bom, no meu estágio, eu pouco perguntava, observava as outras professoras, observava os alunos. É o que estou fazendo também aqui. 

Outro dia a Gastmutter me pediu como eu sabia que tinha que fazer tal coisa, se uma das au pair brasileiras tinha me dito. Não, eu disse, eu apenas te vi fazendo. Tal como no estádio, já tive o dia que deu tudo errado e eu me pedi "O que estou fazendo?", tal como já teve o dia em que conclui que gosto de estar onde estou. Creio que também virão as semanas absurdamente fora do comum, tal como as entendiantes. Mas, especialmente, tenho certeza de que o que parece passar tão lentamente, no final terá passado rápido e deixará saudades.

Veremos.

1 comentários:

Vaneza S. disse...

Eu te entendo... é tipo assim... você curte a rotina, mas precisa saber que a qualquer momento, quando a rotina te enjoar, você vai poder sair dela. Eu também sou assim!

BeijoZZz