Meu amor, que mau humor

Ou melhor, que negativismo. O título foi automaticamente roubado pelo meu cérebro da música da Blitz. Se bem que, por vezes, mau humor e negativismo podem estar relacionados, afinal uma pessoa que só pensa o pior não pode ser bem humorada. 

A questão é que, com o passar do tempo, a gente nota quão negativa pode ser uma pessoa. Tu falas A e ela já puxa pra B e faz um discurso que pode convencer qualquer ser despreparado de que o fim do mundo está próximo. Ela não quer saber quem se é boa, quer saber se não é pior que alguém em algo. Ela não pode ouvir falar que alguém se aposentou sem esbravejar que pessoas que se aposentam cedo são as culpadas pelos problemas econômicos do país. Sem contar que, se tu disseres pra ela que algo quebrou, ela na certa vai dizer que é o pior produto do universo, por isso e por aquilo.

Mas o pior é quando ela fala de pessoas. Se preocupa com o que os outros pensam dela, mas sequer para pra pensar em si mesma e dizer "os outros que pensem o que quiser". Não, ela quer convencer o universo de que ela é uma pessoa feliz e sem problemas e, se ela precisar avaliar alguém, na certa não dirá coisas boas de boa vontade. É o tipo de ser que só destaca as falhas alheias - ou, por vezes, exagera só pra diminuir o outro.

Peraí, já nem é só negativismo, é egoísmo... Ou seria egocentrismo? Ou mera falta de noção humana?  Ou apenas insegurança? Enfim, há seres que querem que os outros pensem bem de si, mesmo que eles vejam o mundo cair ao redor. Como conviver com uma pessoa assim? Uma pessoa que só consegue criticar os outro e jamais prestar um elogio?

Ando pensando sobre isso porque a situação me exige e, devo dizer, que é difícil perceber que não se pode dar valor a cada sílaba pronunciada por seres assim, mas, quando se percebe, é angustiante conviver, já que nunca se sabe com o que ele pode implicar. O que me salva é ver como há pessoas legais ao meu redor. Aí eu me pergunto: "Como há tantas pessoas legais comigo se eu sou tão terrível como fulana diz?". A resposta não é outra: "Ok, acho que não sou eu exatamente quem tem problema". Pronto. Resolvido. Que fulano se ferre com as próprias paranoias. Ele não vale a dor de cabeça.